A profissão de feirante existe há muitos anos e a participação da população em feiras livres está cada vez mais frequente. Mas será que vale a pena ser feirante nos dias de hoje? A atuação desse profissional é extremamente importante para a sociedade.
O feirante é aquele profissional que vende seus produtos em uma barraca na feira. Geralmente, esse profissional vende os produtos que produz artesanalmente ou da agricultura familiar.
No Brasil, a ocupação é exercida desde o século XVII em que eram comercializados produtos não alimentícios. Mesmo com a chegada dos supermercados no país, a rotina de quem trabalha na feira não mudou: a profissão segue firme. Ou seja, ainda vale a pena ser feirante. Isso porque muitos consumidores preferem ir à feira para adquirir produtos frescos e que não são produzidos em larga escala.
Essa atitude aproxima a população do campo e movimenta a economia no país. Hoje, outros tipos de feiras se tornaram mais comuns, como a de venda de artesanatos, produtos orgânicos, cosméticos, roupas etc.
Vale lembrar que a rotina do feirante pode ser bastante exaustiva e para atuar em uma feira, é preciso se regularizar e seguir algumas regras. A seguir, mostraremos como você pode legalizar sua atividade de feirante e alcançar o sucesso na atividade. Confira!
O primeiro passo é saber o que será vendido. Você produz algum produto ou pretende comprar do produtor e revender? Essa definição pode ajudar o seu negócio a ter sucesso ou não. Faça uma pesquisa na feira em que deseja atuar, verifique qual tipo de produto que tem uma demanda alta ou procura do consumidor e que ainda não é oferecido no local.
Depois, faça um levantamento entre os produtores que podem fornecer produtos para você. Caso tenha a sua própria mercadoria para vender, o melhor é pesquisar a oferta desse produto em algumas feiras e avaliar qual tem maior potencial para a sua venda.
Além disso, informe-se como é a dinâmica do local. Horário e dias de funcionamento, como é a utilização das barracas. Em algumas cidades, a prefeitura conta com locais próprios para a realização das feiras e disponibilizam as barracas. Em outros, é o próprio feirante que precisa levar a barraca, montar e desmontar.
Essa informação vai interferir em todo seu processo de venda. Se a feira começa às 5 horas e você precisa montar sua barraca e organizar como os produtos ficarão expostos, deverá chegar com bastante antecedência.
Quando falamos em feira é natural pensarmos na venda de legumes, verduras, frutas etc, mas a atuação do feirante pode ser bem maior do que isso. A venda de produtos artesanais, pratos típicos, mel, entre outros itens tem se tornado cada vez mais comum e você pode identificar com qual produto tem mais afinidade para começar a vender. Veja a seguir algumas ideias:
A venda de frutas e verduras está entre as principais atividades dos feirantes. Nos locais em que as feiras acontecem, caminhões de produtores estacionam para revender seus produtos. Com isso, o feirante pode adquirir o produto e colocar para a venda.
Há também feirantes que plantam e comercializam seus próprios produtos. O mercado de produtos orgânicos está crescendo cerca de 20% ao ano. O dado revela um potencial neste segmento, e demonstra como ainda vale a pena ser feirante, principalmente para a produção de alimentos orgânicos pode ser feita em menor escala.
A feira também é um local onde as pessoas procuram temperos naturais, grãos e cereais. O mercado de produtos naturais também está em crescimento e o feirante pode aproveitar essa tendência para investir nesse tipo de produto.
Antes de investir nesse mercado, avalie se outros feirantes estão vendendo esse tipo de produto. Informe-se sobre os tipos de cereais, grãos e temperos que geram maior interesse no consumidor, avalie seus custos e valor de revenda. Cuidado ao adquirir itens importados, pois a saída desses produtos costuma ser menor devido ao valor.
Crochê, tricot, compotas de geléia entre outros produtos são feitos de forma artesanal e podem ser vendidos na feira. O diferencial desses itens é que são únicos, o cliente não encontrará um modelo igual em outro local.
No caso dos produtos alimentícios artesanais, como biscoitos, pães e bolos, o público enxerga um valor no trabalho que é feito de forma manual e sem conservantes. Em geral esses produtos oferecem qualidade e custo-benefício melhor.
Você pode buscar alguém que já produz esses produtos para revendê-los ou começar a sua linha de produção. Assim como na venda de qualquer produto, é preciso considerar o interesse do público e o potencial do produto no mercado.
Ferramentas, utensílios domésticos, objetos de decoração, panelas etc. A oferta desses produtos na feira auxilia a vida do consumidor. Enquanto o cliente faz as suas compras semanais, pode lembrar que precisa de algum item para casa e aproveitar para comprar.
Esse tipo de comercialização é bastante comum em feiras. Por isso, verifique se no local que pretende trabalhar não tem uma barraca com esses produtos. Se tiver, você pode focar em um nicho específico, como produtos de decoração, por exemplo.
As feiras são propícias para a venda desse tipo de produto. Você pode vender flores, plantas variadas, mudas de árvores frutíferas, temperos, vasos, fertilizantes etc. Há um universo de produtos que abrange a venda desse tipo de produto e você pode se especializar em apenas um deles.
Aproveite as datas comemorativas para se destacar. No Dia das Mães e Dia dos Namorados, por exemplo, faça ações que atraiam os clientes para a sua barraca. Lembre-se também que sempre é possível inovar e criar campanhas para outras datas e momentos especiais, como dia do professor, aniversário da sogra, presente para avó e etc. Busque meios de diferenciar e se destacar no mercado.
A licença de feirante é um documento expedido pela prefeitura da cidade. Após decidir o produto que será vendido na feira, procure a prefeitura, com seus documentos pessoais: CPF, RG e comprovante de endereço. Além do endereço do local em que a feira acontece e as medidas que a sua barraca terá.
Na prefeitura, vão informar quais são os procedimentos para a emissão da licença. A licença de atuação também exige o pagamento de uma taxa anual, esse valor pode variar de acordo com a cidade.
A formalização garante direitos básicos ao profissional, como por exemplo licença maternidade, aposentadoria e afastamento em caso de acidentes. Para isso, o feirante precisa se formalizar como Microempreendedor Individual.
O Microempreendedor Individual é o profissional que trabalha por conta própria e é registrado como pequeno empresário. O registro permite que o profissional se enquadre em uma das mais 400 modalidades de serviços, comércio ou indústria.
O modelo de formalização surgiu em 2008, com a Lei nº128, com objetivo de legalizar as atividades dos trabalhadores que atuavam sem nenhum amparo legal ou segurança jurídica. Com a legislação em vigor desde 2009, mais de 7 milhões de pessoas já se formalizaram como microempreendedores individuais.
A formalização é feita através do Portal do Empreendedor. Por meio de um cadastro com o número do CPF, endereço e telefone, e a indicação da atividade principal que irá desempenhar como MEI.
Além disso, o feirante precisa arrecadar os impostos de forma unificada pelo regime do Simples Nacional. O MEI deve pagar mensalmente o Documento de Arrecadação Mensal do Simples Nacional (DAS) que tem valor fixo, calculado da seguinte forma para o ano de 2019:
As taxas mínimas por mês são de:
O MEI é isento dos impostos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL).
O feirante também precisa se atentar ao rendimento anual para se enquadrar dentro da modalidade, que é de até R$ 81.000,00 por ano, de janeiro a dezembro, ou R$ 6.750,00, por mês. Caso ultrapasse esse valor, o MEI pode se enquadrar em outra modalidade.
Depois de regularizar a sua situação como feirante, a prefeitura da sua cidade informará algumas regras que devem ser seguidas para garantir o bom funcionamento da sua atividade. Seus direitos como feirante serão destacados nesse momento. Veja quais alguns dos direitos e deveres dos feirantes de artesanato de Florianópolis:
O descumprimento total ou parcial deste regulamento é considerado pela Administração das Feiras como falta grave e pode resultar na perda da licença. Para saber todos os direitos e deveres da Feira de Artesanato de Florianópolis, clique aqui.
O trabalho pode ser bastante exaustivo, mas com certeza vale a pena ser feirante. É uma profissão muito gratificante e também recompensa no sentido financeiro. Esse profissional tem contato com o público, lida com produtos diferenciados e está levando qualidade para o consumidor.
Para se destacar, o feirante precisa estar sempre atualizado sobre as tendências do seu setor. É essencial se diferenciar em meio aos demais feirantes. Por exemplo, com o uso de embalagens personalizadas, bordões, produtos e serviços exclusivos. Portanto, é muito importante acompanhar as mudanças no comportamento do consumidor, pensando em estratégias para reter clientes. Uma saída interessante, pode ser o envio de mensagens e a divulgação de serviços nas redes sociais.
FONTE: https://blog.sebrae-sc.com.br/vale-a-pena-ser-feirante/