O que veremos neste artigo
Você já ouviu falar no Concurso de Admissão à Carreira Diplomática? Este concurso acontece de forma anual. No entanto, nem todos os brasileiros sabem como ele funciona. Descubra tudo no artigo abaixo!
Conhecido pela sigla CACD, o Concurso de Admissão à Carreira Diplomática é um dos mais tradicionais do país. Os motivos para isso são diversos.
Em primeiro lugar, o Itamaraty (que é o nome do Ministério das Relações Exteriores, órgão de estado onde os diplomatas são lotados) é uma das instituições mais sólidas do Brasil desde a proclamação da república.
Apesar de diferentes governos e algumas crises, a diplomacia brasileira sempre foi muito prestigiada e reconhecida fora do país, por seu estilo e vocação para o soft power e mediação política.
Ao mesmo tempo, outro fator que contribui para a tradição do concurso é a sua longevidade e periodicidade. Ele é um dos poucos certames que acontecem todo ano; o que varia é a quantidade de vagas oferecidas.
Para se ter uma noção da periodicidade, apenas no primeiro ano da pandemia de covid-19, 2020, o concurso não foi realizado.
Finalmente, o altíssimo nível de exigência, que faz com que ele seja um dos processos seletivos de maior dificuldade do Brasil, completa as características que fazem do CACD um concurso específico e único.
Desde a criação do Instituto Rio Branco, em 1946, são realizados exames para admissão à carreira diplomática. Isso faz com que o concurso seja um dos mais antigos do país.
Desde 1996, o exame passou a ser denominado CACD. No entanto, ocorreram algumas mudanças nos últimos anos.
Desde a eliminação de provas orais (que já foram uma etapa eliminatória) até a mudança de matérias cobradas e alterações nas provas de idiomas.
De modo geral, as condições básicas para prestar o concurso são aptas a milhões de brasileiros. É necessário ser maior de 18 anos, ser brasileiro nato, estar em dia com as obrigações eleitorais e militares e ter formação em algum curso superior.
Basicamente, ele é um funcionário de estado encarregado de implementar e executar as diretrizes da política externa brasileira. Assim, ele cuida:
Da obtenção e transmissão de informações ao governo brasileiro sobre temas de interesse nacional no mundo;
Representa o Estado Brasileiro junto à comunidade internacional, seja em organismos multilaterais ou na representação em postos no exterior;
Negocia tratados e acordos comerciais e jurídicos que defendam os interesses dos brasileiros;
Auxilia a comunidade brasileira que vive no exterior, em qualquer necessidade relativa à documentação, entrada e saída de países e situações adversas;
Promove a cultura brasileira e os interesses da política externa nacional.
Portanto, a função dos diplomatas é muito importante para o bom relacionamento do Brasil com os seus cidadãos mundo afora e também com outros países e organismos internacionais.
A atuação dos diplomatas é bem dinâmica, de modo que eles atuam em diferentes segmentos, e podem trabalhar em muitos países distintos.
Por isso, é desejável que o candidato interessado na carreira diplomática tenha interesse em aprender idiomas, vivenciar outras culturas, fazer viagens internacionais e viver fora do país. Afinal, essas atividades são essenciais para exercer a função.
Esta informação sobre a formação exigida, por exemplo, é ignorada por muitas pessoas, que acreditam que é necessário ter uma formação específica (como por exemplo Direito ou Relações Internacionais) para tomar posse como diplomata. Não é necessário.
Atualmente, o concurso é realizado em todas as capitais estaduais, além do Distrito Federal.
Ao ser aprovado no concurso, o candidato toma posse como Terceiro Secretário, que é o primeiro degrau da carreira diplomática.
Então, ele ingressa no Curso de Formação de Diplomatas do Instituto Rio Branco, que tem duração média de 1 ano e meio a dois anos.
Após a conclusão da formação, o diplomata começa a trabalhar em alguma divisão, seja na própria sede do Itamaraty ou em algum posto no exterior.
A remuneração inicial na carreira, referente ao posto de Terceiro Secretário, é de R$ 20.926,97 reais. Além disso, os diplomatas contam com benefícios relevantes, tais como:
Passaporte Diplomático;
Residência funcional/reembolso do aluguel no exterior;
Auxílio-Alimentação de R$ 658,00;
Auxílio-Creche de R$ 321,00;
Isenção de impostos no país em que está lotado;
Restituição de despesas de transporte e despesas médicas.
Nos primeiros anos do século XX, os concursos do Instituto Rio Branco chegaram a oferecer até 100 vagas anuais. Recentemente, esse quadro se alterou bastante. Na última década, a média oferecida anualmente nunca ultrapassou 30 vagas.
No entanto, o concurso que será realizado no ano de 2023 marca uma alteração nessa tendência, visto que estão sendo oferecidas 50 vagas. É possível que nos próximos anos um número semelhante ou até mesmo maior de vagas seja oferecido.
É importante pontuar que o CACD oferece reserva de vagas para candidatos pretos e pardos e também para pessoas com deficiência.
Como falamos, ao longo das décadas, a prova sofreu mudanças consideráveis em sua estrutura. Por isso, vamos nos ater ao modelo atual dela.
Desde o ano de 2009, não há alteração nas matérias cobradas no concurso. São elas:
Língua Portuguesa;
Língua Inglesa;
Política Internacional;
História do Brasil;
História Mundial;
Geografia;
Economia;
Noções de Direito e Direito Internacional Público;
Espanhol;
Francês.
O concurso se divide em três fases distintas. A primeira delas é o Teste de Pré-Seleção (TPS). Esta etapa tem caráter eliminatório e é formada por 73 questões, cada uma com quatro itens. O candidato deve avaliar os itens como certo ou errado.
A segunda fase é composta de provas escritas de Língua Portuguesa e Língua Inglesa. Elas envolvem exercícios de interpretação, redação, tradução e resumo (esses últimos na prova de língua inglesa).
Apenas os candidatos que obtêm as melhores notas no TPS são aprovados para a segunda fase do concurso. O mesmo ocorre em relação à segunda fase, ou seja, apenas os candidatos que atingem uma pontuação específica seguem para a terceira fase.
A terceira e última fase do CACD é composta por questões discursivas de Política Internacional, História do Brasil, Geografia, Economia, Direito e Direito Internacional Público, Espanhol e Francês.
É preciso atingir um número de pontos específico para ser aprovado na terceira fase. A nota final do candidato será o somatório das suas notas na segunda e terceira fases e os melhores classificados tomam posse, conforme a quantidade de vagas oferecidas.
Se você que leu esse artigo se interessou pela carreira diplomática, comece a pesquisar mais sobre a prova e a planejar seus estudos.
O grau de exigência do concurso é alto, portanto, ele exige uma longa dedicação de estudos e tempo para atingir esse objetivo.
Contudo, a periodicidade anual do concurso e o fato de qualquer pessoa com nível superior estar apta a fazê-lo tornam o objetivo da aprovação mais realista, visto que a prova ocorre com frequência.
Ser diplomata é uma das carreiras de maior prestígio e estabilidade da carreira pública brasileira, além de oferecer muitos benefícios e a possibilidade de viajar e viver fora do país!
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